“Entendendo o Evangelho com a Doutrina Espírita”
Autora: Fátima Granja
Pesquisar sobre Jesus, é algo tão gratificante que desperta em nós emoções e sensações que nos remetem à sua grandeza, e a nossa pequenez.
Ao mesmo tempo traz Jesus para perto de nós porque, apesar da sua posição evolutiva transcender a tudo que podemos imaginar, nos mostra a sua natureza de criatura, saída das mãos do criador da mesma forma que saímos, nos garantindo que ser tão evoluído quanto ele é a nossa fatalidade.
É apenas uma questão de tempo – tempo e esforço para seguir o caminho que ele seguiu e nos mostrou como seguir.
Tempo é o que não nos falta, temos o infinito a nossa frente, e o esforço, cabe a cada um de nós dimensionar.
No Livro dos Espíritos, podemos ver:
Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral, a que pode aspirar a Humanidade da Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua Lei, porque ele estava animado do Espírito Divino, e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra.
Eis aí a mais perfeita e completa definição que poderíamos encontrar sobre esse ser tão extraordinário.
Sendo um Espírito Superior pertencendo a ordem dos mais elevados espíritos, por suas virtudes muitíssimo acima das virtudes da humanidade Terrestre produziu os mais surpreendentes fenômenos.
Por tudo isso o reconhecemos por um Espírito missionário, desempenhando uma missão junto à humanidade da Terra – missão essa, daquelas que a Divindade somente confia aos seus mensageiros diretos para cumprir seus desígnios.
Ele era um enviado de Deus para transmitir aos homens a Sua vontade, era um de Seus Messias, seus Cristos.
Pinçamos em “A Gênese” de Allan Kardec, as afirmativas a seguir.
- Considerando-o como um homem que ele era, pois encarnou como tal, tinha a organização dos seres carnais; porém se o considerarmos como Espírito puro, desprendido da matéria, vivia mais vida espiritual, do que a vida carnal.
- Sua superioridade com relação aos homens da Terra, se devia às qualidades de seu Espírito, que dominava de modo absoluto a matéria, como também do seu Perispírito, composto de fluidos que foram tirados da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres.
- Seu espírito não se achava preso ao corpo, senão pelos laços estritamente indispensáveis para permanecer encarnado.
- Essa condição lhe dava uma clarividência permanente, e uma penetração excepcional, muito diferente dos demais seres humanos.
- A qualidade dos seus fluidos espirituais lhe conferia uma força magnética imensa, e a força de sua vontade incessantemente voltada ao bem lhe permitiam produzir os fenômenos que surpreendem a todos, até os dias de hoje.
Então perguntamos, Jesus era um poderoso médium?
E respondemos: Não.
Jesus operava com suas próprias possibilidades.
Nos dias de hoje diríamos que ele seria um poderosíssimo sensitivo.
Porém um médium, não.
Porque, um médium é um intermediário, um instrumento do qual se servem os espíritos desencarnados das mais diferentes ordens, para assistir aos encarnados.
Jesus não precisava dessa assistência.
Ele se bastava para assistir a todos.
Ele agia por si mesmo, em virtude de seu poder pessoal, de Espírito Superior que é.
Qualquer que fosse o espírito não poderia insuflar-lhe os seus pensamentos.
Se algum influxo externo poderia lhe atingir, só poderia vir de Deus, que o enviara.
Poderíamos dizer figurativamente, Jesus era o Médium de Deus.
- A Gênese – Allan Kardec – Capítulo XV – Os Milagres do Evangelho – Superioridade da natureza de Jesus – itens 1 e 2
A autora Fátima Granja é colaboradora do Centro Espírita Allan Kardec – Campinas – SP, estudiosa da Doutrina Espírita e dos temas bíblicos à luz da Doutrina Espírita.